Campanha nacional de vacinação contra o HPV começa nesta segunda

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Meninas de 9 a 11 anos começam a ser vacinadas contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) em todo o país, a partir desta segunda-feira (9). A campanha nacional contra o câncer de colo de útero foi lançada em Belo Horizonte, na Escola Municipal Marconi, na Região Centro-Sul da capital. De acordo com o ministro da saúde, Arthur Chioro, o Brasil tem a oportunidade de escrever uma nova história em relação ao câncer de colo de útero para as mulheres do futuro, por isso a imunização foi ampliada. A expectativa do Ministério da Saúde é vacinar 4,94 milhões de meninas este ano. Mulheres com o vírus do HIV, de 9 a 26 anos, também serão imunizadas. Segundo o ministro da Saúde, este grupo de meninas, juntamente com as de 11 a 13 anos que foram vacinadas no ano passado, pode ser a primeira geração livre do risco de morrer deste tipo de câncer, que mata 5 mil mulheres por ano no país. “A vacina é segura, previne em 70% as lesões que levam ao desenvolvimento do câncer e está disponível em mais de 30 mil postos de vacinação pelo país. Vale lembrar que não adiante tomar só a primeira dose. É necessário completar o ciclo para garantir a proteção dessas meninas”, ressalta.

O secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta, falou da importância da conscientização dos pais na campanha. “Nós já, desde o ano passado, enviamos comunicação e orientação para os pais que têm que autorizar a vacinação da sua filha. Entretanto, essa discussão prejudicou muito a segunda etapa do ano passado. A discussão sobre eventuais efeitos colaterais da vacina contra o HPV foi absolutamente resolvida. Está bem claro que a vacina tem a sua efetividade”, afirmou.  De acordo com Pimenta, na capital mineira, são 601 pontos de vacinação, entre escolas públicas e privadas, além dos Centros de Saúde espalhados pela cidade.

Para Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte, esse é um momento muito importante para a saúde pública do país e é necessário a colaboração de todos para que a vacinação contra o HPV alcance todas as suas metas. “O câncer de colo de útero ainda é um flagelo que temos na saúde, mas pode ser revertido através desta nova geração de meninas que serão vacinadas, para a prevenção da doença. Estamos empenhados, juntamente com os governos federal e estadual e também as famílias, para que 100% dessas jovens estejam protegidas”.

 

Entenda como funciona a imunização contra HPV
A vacina é quadrivalente, ou seja, protege contra quatro tipos de HPV. Para receber as doses é necessário apresentar o cartão de vacinação e documento de identificação nos postos de saúde e escolas públicas e privadas cadastradas.

A imunização contra o HPV é composta por três doses. Para as meninas de  9 a 14 anos, a segunda dose deve ser tomada seis meses após a primeira, e a terceira dose, cinco anos após a primeira. As meninas de 11 a 13 anos que tomaram apenas a primeira dose no ano passado devem procurar os postos de saúde para dar sequência ao ciclo de vacinação.

Já para as meninas e mulheres de 9 a 26 anos que convivem com o HIV e a Aids,  público com maior probabilidade de desenvolver o câncer de colo de útero, a segunda dose da vacina deve ser tomada dois meses após a primeira, e a terceira dose, seis meses após a primeira. Neste caso é necessário apresentar prescrição médica.

Polêmica em 2014
Desde março de 2014, o Brasil oferece a imunização, de graça, em postos de saúde e escolas para meninas de 11 a 13 anos. Quase 5 milhões já foram vacinadas. No entanto, algumas garotas passaram mal, alegando reação alérgica à vacina, e houve polêmica acerca da vacinação. Parte delas chegou a ser internada e muitas desistiram de tomar a vacina.

Na cidade de Bertioga, em São Paulo, por exemplo, onze garotas começaram a passar mal horas após terem tomado a vacina em uma escola, em setembro. Elas apresentaram sintomas como dores no corpo, dores de cabeça e também reação no local onde foram vacinadas. Outras meninas relataram ainda formigamento nas mãos e perda de sensibilidade nas pernas.

Na época, o Ministério da Saúde afirmou que a vacina era segura e recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O governo apontava a importância da imunização contra o HPV, que é o causador do câncer de colo de útero, o terceiro que mais leva mulheres à óbito no país.