Bebês estimulados a fazer brincadeira musical tiveram mais atividade em área do cérebro relacionada à habilidade de falar.
Pesquisa publicada nesta segunda-feira (25) nos Estados Unidos mostra que a música pode ajudar os bebês no aprendizado da fala. Os autores observaram o comportamento de um grupo de crianças em idade de amamentação que participaram de jogos que incluíam o uso de ritmos musicais.
“Nosso estudo é o primeiro realizado em bebês que sugere que se expor a ritmos musicais pode melhorar a capacidade de detectar ritmos na linguagem”, explica Christina Zhao, pesquisadora do Instituto de Aprendizado e Ciências do Cérebro (I-LABS) na Universidade do Estado de Washington.
Zhao é a principal autora do trabalho, publicado na revista da Academia de Ciências dos Estados Unidos, a “PNAS”. Os pesquisadores compararam a evolução de um grupo de 20 menores de nove meses, aos quais ensinaram a reproduzir ritmos musicais em um pequeno tambor, enquanto um segundo grupo de 19 bebês, da mesma idade, recebeu outro tipo de brinquedos, como carrinhos ou cubos.
Uma semana depois desta experiência, os bebês foram submetidos a testes para determinar as áreas exatas do cérebro onde houve maior atividade.Como mostra a agência AFP, constatou-se que as crianças incentivadas a participar de jogos que envolviam música tiveram maior atividade nas regiões do cérebro importantes para o aprendizado da linguagem.
Como mostra a agência AFP, a linguagem, assim como a música, tem fortes características rítmicas, afirmam os pesquisadores. O ritmo das sílabas ajuda a distinguir os sons e a compreender o que uma pessoa diz e é essa capacidade de identificar os diferentes sons que ajuda os bebês a aprender a falar.
“Para adquirir a capacidade de falar, os bebês devem ser capazes de reconhecer os tons e os ritmos e ter a capacidade de se antecipar”, explicou Zhao. “Isto significa que um estímulo musical precoce pode ter efeitos mais amplos nas capacidades cognitivas”, acrescentou.
“A percepção de padrões é uma habilidade cognitiva importante, e melhorar essa habilidade desde cedo pode ter efeitos duradouros na capacidade de aprendizado”, observou a co-autora Patricia Kuhl, também do I-LABS, em nota sobre o estudo.
Fonte: g1.globo.com